Roger Portela assumiu como presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Butuí e Icamaquã neste mês de outubro, e em entrevista ao Grupo Fronteira Missões ele comentou a importância deste comitê, que consiste em um fórum de debates de entidades que representam usuários da água e dentro deste comitê se definem muitas diretrizes de trabalho ou até mesmo de problemas ambientais acerca do uso da água que tem dentro da região.
Roger destacou que o comitê do Rio Butuí e Icamaquã tem amplo espaço para debates de entidades dos municípios que estão dentro da bacia hidrográfica, inclusive Santo Antônio das Missões é um desses municípios, e nesse sentido se tem uma preocupação porque as entidades de Santo Antônio das Missões não indicaram um nome para fazer parte do comitê, disse desconhecer o motivo, mas deixou o convite e pediu para que as pessoas levem em conta a importância e entendam que participar deste fórum é contribuir para determinar muitas coisas relacionadas à região. Ponderou também que a partir de agora será dado andamento no plano de ação da gestão, e dentro deste plano irão ter algumas diretrizes voltadas especialmente para o setor primário e, ainda, vai ser debatido um tema que vai gerar muitas controvérsias, pois é polêmico, que é a implementação de cobranças pelo uso de recursos hídricos.
Roger enfatizou que alguns estados do país, entre eles Ceará e Rio de Janeiro, já tem uma cobrança pelo uso da água, e, exemplificando, na região um exemplo seria em Santo Antônio das Missões o uso da água pela Corsan, que possivelmente poderá ser repassado ao consumidor, como também, no setor primário, na alimentação animal e nas questões de irrigação, tanto por aspersão, quanto pivô.
Relatou que durante a semana, entre os dias 21 e 25, esteve participando em Foz do Iguaçu, no Paraná, do Encontro Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas, onde ocorreram várias plenárias e debates acerca de alguns temas, sendo eles, os planos de gestão dos comitês, segurança de barragens, sistema nacional de recursos hídricos, segurança hídrica, bem como, é o momento de troca de experiências e informações sobre o trabalho que está sendo realizado nos comitês, mas também muito importante para todos que é o Plano Nacional de Recursos Hídricos e a implementação da taxa de cobrança pelo uso da água.
Em relação à cobrança de taxa, contou que houve alguns debates bem acalorados e foi a oportunidade de os presidentes dos Comitês do Rio Grande do Sul buscarem apresentar a situação do estado, apontando as diferenças existentes entre outros lugares, principalmente em relação ao Nordeste. O presidente ainda comentou que não houve definição nenhuma, mas o encontro serve como subsídio para se buscar ideias, para se ter uma ideia do tamanho da pressão e do posicionamento de muitos colegas representantes de comitês de outros estados.