A meteorologista Catia Valente da Somar Meteorologia esteve participando da programação de aniversário de 62 anos da Coopatrigo e apresentou as tendências climáticas para as estações da primavera e do verão.
Inicialmente, Catia relembrou as condições climáticas da primavera e verão do ano passado, explicando que houve um pequeno aquecimento no Oceano Pacífico e com a temperatura um pouco mais elevada teve a formação de um fenômeno climático, se teve um El Niño de fraca intensidade, o que ajudou a influenciar no aumento de chuvas, deixando os índices pluviométricos ligeiramente acima da média, mesmo que em alguns meses tenham sido um pouco mais espaçadas do que em outros.
O que se espera para a primavera deste ano, segundo a meteorologista, é neutralidade no Oceano Pacífico para os próximos meses, o que significa que não haverá nenhum fenômeno climático atuando até junho de 2020, não haverá El Niño ou La Niña. Sendo assim as probabilidades para as estações são as seguintes: para o mês de outubro há uma tendência das chuvas serem mais volumosas, mas Catia lembra que este mês é o mais chuvoso no Rio Grande do Sul e na região das Missões, então, quando se diz que outubro será chuvoso, a tendência é dos índices ficarem acima da média, considerando que poderá ter volumes bem significativos de chuva.
Quando entrar o mês de novembro, naturalmente o volume de chuva cai bastante em todo o Rio Grande do Sul, e é essa perspectiva que se espera, a chuva deverá diminuir a intensidade, mas a tendência é que em dezembro a chuva volte a ficar mais homogênea na região e que os volumes também fiquem um pouco acima da média. Ou seja, outubro, novembro e dezembro, toda a primavera deverá ser com chuvas ligeiramente acima do padrão.
Cátia orientou os produtores que acompanhem as previsões do tempo diárias e semanais para saber como proceder em suas produções, porque a tendência é de que o volume seja um pouco maior na estação, mas poderá ver em alguns momentos esse desequilíbrio de chuva.
Com relação às temperaturas, poderemos ter um período durante a primavera em que as temperaturas também irão ficar ligeiramente acima da média, sendo que o normal da primavera no Rio Grande do Sul é que no início tenhamos dias com manhãs mais frias e principalmente a amplitude térmica acontecendo, ou seja, friozinho pela manhã, calor à tarde e volta a esfriar à noite, e é o que se espera para os próximos meses, principalmente em outubro e meados de novembro, porém depois esta amplitude térmica diminui e o calor fica um pouco mais frequente. Em nenhum momento se tem previsão de que irá repetir aquele calor mais extremo que foi registrado no ano passado, pois as temperaturas irão oscilar conforme as chuvas, quando chover diminui um pouco e quando tiver períodos secos mais prolongados, as temperaturas se elevam.
Sobre o verão, Catia destacou que a normalidade segue atuando, até junho de 2020 nenhum fenômeno ocorrerá, então o verão também será de normalidades e os institutos de pesquisas apontam chuvas dentro da normalidade, porém é necessário ficar atento às irregularidades. No verão são as áreas de instabilidades que trazem chuvas e muitas vezes se fica 10 ou 20 dias sem chuva, o que é o padrão normal do verão, e é o que aponta para este ano. As chuvas acontecem em volumes bastante razoáveis, mesmo que de forma mais espaçadas. Sem a presença do El Niño, aumenta o risco desses períodos maiores sem chuva, as conhecidas estiagens regionalizadas, períodos de 7 a 10 dias sem chuvas.
As temperaturas do verão ficarão próximas a média e ligeiramente acima da média, o que significa que não está previsto um verão tão quente como do ano passado.
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