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Pré-candidatos ao Governo do Estado foram entrevistados no Programa Conversa Aberta nesta semana
05/02/2018 10:34
Foto: Disputa ao Palácio Piratini já começa definir os possíveis candidatos (Foto: reprodução/Sul21)
Miguel Rossetto (PT) e Luis Carlos Heinze (PP) concederam entrevistas para a Rádio Fronteira Missões e falaram sobre a construção dos seus nomes para a disputa ao Palácio Piratini. A reportagem separou trechos em que os entrevistados se referem a vários aspectos do cenário político atual, também expõem pontos de vistas sobre a situação do Rio Grande do Sul e projetam um possível mandato de Governador do estado.
 
 
 
 
Miguel Soldatelli Rossetto, natural de São Leopoldo, 57 anos é sindicalista, foi ministro do Desenvolvimento Agrário nos governos dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, é filiado no Partido dos Trabalhadores.
 
Julgamento do ex-presidente Lula
 
Há uma perplexidade crescente a partir de um julgamento injusto tanto a nível nacional quanto internacional, o fato é que um cidadão brasileiro foi condenado de uma forma injusta, a população das missões seguramente vem acompanhando, pois trata-se de um julgamento aberto no que diz respeito a provas e acusações e o trabalho da defesa, e o que fica crescentemente claro é que aquele voto combinado dos desembargadores é um voto errado uma vez que o ex-presidente Lula foi acusado de ter um imóvel que não é dele, inclusive a própria prefeitura do Guarujá, município onde está localizado o apartamento, entrou com cobrança de IPTU atrasado contra a OAS, pois o imóvel pertence a construtora e nunca foi do Lula. Portanto o que estamos assistindo é um momento de muita preocupação, uma injustiça, uma perseguição ao ex-presidente que não cometeu nenhum crime.  
 
Há uma estrutura de poder que busca afastar Lula da disputa da eleição presidencial, essencialmente é isto, um dos maiores líderes do nosso País, um presidente que mudou o Brasil, mudou o Rio Grande através de ações em diversas áreas, investimentos na saúde, mais médicos, universidades, Luz para Todos, em maquinários, valorização do salário mínimo entre outros tantos, bem diferente do que esses governos estão fazendo que é destruir o Brasil e o Rio Grande.
 
Rio Grande do Sul
 
Precisamos recuperar o Rio Grande do Sul, sair desta condição de desesperança através de um governo forte que esteja próximo a população e que a cuide, assumindo as suas responsabilidades tanto a nível nacional quanto estadual. E esse fator nos anima e entusiasma, estamos nos preparando para esta grande agenda, precisamos recuperar, por exemplo o Minha Casa Minha Vida, queremos um outro Estado e outro País e para isso faço da minha indignação esperança, vontade política e compromisso com o nosso povo.
 
 
Lula candidato
 
Quanto ao presidente Lula a sua grandeza, energia e seu compromisso há de superar isso que aí está, para isso precisamos apoiá-lo de tal forma que ele atravesse esse período difícil e volte a governar o nosso País, essa é a grande mensagem que queremos deixar nesta oportunidade. Vamos recorrer de todas essas decisões que consideramos injustas e assegurar que o presidente Lula irá concorrer, nos representar no processo democrático, então vamos mudar o Brasil e o Rio Grande e viver melhor.
 
 
Plano de Recuperação Fiscal e investimentos no RS
 
Digo que não se trata de uma recuperação fiscal e sim uma condenação fiscal, é uma irresponsabilidade do governo Sartori em jogar pra frente uma dívida que terá correção, imagine o ouvinte deixar de pagar o cartão de crédito durante três anos, essa dívida aumenta, e muito, de tal forma que ela se torna explosiva. É uma irresponsabilidade fiscal de um governo que não cumpre com suas obrigações e joga pra frente uma dívida ampliada e em troca vai vender o patrimônio do Estado, é na verdade um desmanche, essa turma do PMDB, PP e PSDB entra no governo e sempre faz isso, e o nosso Estado cada vez mais pobre e endividado. O PT é contra essa irresponsabilidade que amplia a pobreza do Rio Grande, aumenta a nossa dívida e nos empobrece por que perdemos patrimônio.
 
Este acordo entre Temer e Sartori proíbe reajuste salarial aos servidores e a recuperação do quadro de servidores, a recomposição, por exemplo a Brigada Militar está com 5 mil Brigadianos a menos na nossas cidades em relação ao ano de 2012. Cito a nossa capital Porto Alegre, é hoje a terceira capital mais violenta do Brasil, nada justifica isso, a não ser uma brutal incompetência de um governo que trabalha mal, trabalha pouco e tem demonstrado uma condição que nós não merecemos, nós vamos votar contra esse desastre político.
 
O RS precisa crescer, retomar empregos e a capacidade de organizar suas finanças, precisa rediscutir a sua posição frente ao Governo Federal frente a essa dívida que quanto mais se paga mais se deve, temos uma posição clara de que o Rio Grande é credor, a União deve para o Estado, praticamente nas mesmas condições que devemos ao Governo Federal. Para isso o que propomos é um encontro de contas, é sentar à mesa de forma altiva, corajosa e séria para resolver essa questão e retirar isto da nossa agenda, pois essa dívida é um garrote, uma bola de chumbo que impede o governo estadual caminhe pra frente.
 
Possíveis coligações
 
Estamos dialogando com os partidos que são oposição ao Governo Sartori e ao governo Federal, somos oposição ao golpe, portanto estes partidos que sustentam esse governo atual, ou seja PMDB, PSDB e PP seguramente terão seus candidatos, nós teremos novamente uma eleição polarizada, e estamos conversando com os partidos que não concordam com a situação do Rio Grande, com esse atraso indecente de 24 meses nos pagamento de salários dos servidores , o tal parcelamento, porque é a primeira obrigação de qualquer governante, pagar em dia quem trabalha. São os mesmo partidos que afastaram a Presidente Dilma pra colocar Michel Temer, ou seja esta quadrilha que está aí com Temer, Aécio Neves, Gedel Vieira Lima, enfim todos estes que envergonham nosso País.
 
Projeto de Governo
 
Nós teremos uma polarização de projetos, Lula representa o projeto que irei representar aqui no Estado e eles representam outro, já estamos pensando um plano de governo a partir da nossa experiência e daquilo que estamos escutando do nosso povo. Da enorme dificuldade que está sendo criada por esse governo absolutamente incompetente e que vem aprofundando a crise do Rio Grande.
 
Governar não é fácil, nunca foi, significa ter dedicação, capacidade de trabalho, saber montar equipe, escolher prioridades. Nós nunca atrasamos salários dos servidores, porque trabalho merece respeito e não iremos atrasar, pois são eles que garantem a escola pública que as crianças e jovens de todo o Estado merecem. Além de uma boa escola pública teremos um plano estadual de recuperação de segurança diante da total desorganização e desestruturação da segurança no RS. Esse governo não cumpre com as suas obrigações, vamos recuperar a saúde e infraestrutura, tomaremos uma agenda de crescimento a partir do que já fiz referência e começar a resolver a situação financeira do Estado, o Rio Grande precisa crescer e é isso que estamos propondo.
 
 
Disputa presidencial
 
Me parece que as pessoas cada vez mais compreendem as razões de quem quer impedir que o Lula concorra, candidato que segundo as pesquisas seria eleito no primeiro turno. Ele vai concorrer e confiamos que vai se eleger porque nossa população conhece a capacidade de trabalho que representa Lula, ele representa um País em crescimento, trabalho, aumento de produção, valorização a quem trabalha, direitos sociais, acesso à educação através das universidades e institutos federais entre outros conquistas de um País que respeita o seu povo e é respeitado no mundo inteiro.
 
 
Lula na região
 
Quero afirmar que o Lula estará na disputa das eleições, mesmo que a elite não queira, ele estará e fará parte do processo democrático, inclusive no final de fevereiro estará na região, em São Borja retomando as caravanas populares falando e escutando o povo brasileiro. Começa pela terra onde estão os principais presidentes brasileiros, os nacionalistas Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.
 
 
Luis Carlos Heinze, natural de Candelária, 67 anos, engenheiro agrônomo, ex-prefeito de São Borja e atualmente deputado federal do Rio Grande do Sul é filiado ao Partido Progressista.
 
 
Julgamento do ex-presidente Lula
 
Não acredito quer seja um julgamento político, foi técnico e feito por juízes experimentados, essa posição do TRF4 leva em consideração que primeiro, a corrupção existe, não adianta nós querermos tapar o sol com a peneira, ela existe a muitos anos, não é de hoje, não é do governo do PT, ela sempre existiu, agora na intensidade que estamos vivendo neste momento nunca houve na história do Brasil, o fato lamentável é que abriram as porteiras e disseram sirvam-se.
 
O presidente Lula tinha tudo para sair na história como um grande presidente brasileiro. Quando ele iniciou a sua caminhada aproximou-se do capital, começou a fazer avanços importantes para a classe trabalhadora, no entanto depois se perdeu em cima de um projeto de poder, de querer se manter no poder a qualquer custo, juntou-se a todos os partidos, inclusive o meu, o PP estava junto, o PMDB, o PDT, PTB, enfim vários partidos, cada um tinha uma boquinha no governo, por apoio ele loteou ministérios e estatais e deixou que se servissem do governo.
 
 Agora com a chegada deste processo com o juiz Sergio Moro com outros juízes federais passam a dar credibilidade ao sistema, a própria Polícia Federal o Ministério Público Federal começa a fazer um Brasil diferente, um país passado a limpo.
 
O julgamento que eu vejo é o seguinte: - é comum afirmarem que o ladrão de galinha vai preso e o colarinho branco o grande empresário não, no entanto hoje temos um ex-presidente da Câmara dos Deputados preso, um cargo importante que substitui o presidente em caso de necessidade, deputados e senadores, mega-empresários condenados e presos, então veja o que está acontecendo neste momento e que precisa acontecer pelo bem do Brasil, não interessa que seja do meu ou de qualquer partido.
 
Votei pela cassação do presidente do PP Pedro Correia, votei pela Cassação de Dilma Rousseff, votei para cassar o Zé Dirceu votei pra continuar o processo contra Michel Temer, portanto para mim não é partido político, eu estava apoiando o Michel Temer mas os meus eleitores de Santo Antônio, de Garruchos, de São Borja me cobravam isso, então como posso ir contra o meu eleitor, as pessoas que acreditam em mim.
 
Brasil X Corrupção
 
Para tranquilizar as pessoas digo que as instituições estão funcionando e os culpados estão começando a cumprir suas penas independente do partido a que pertençam.
 
Minha satisfação é dizer que mesmo que ainda não seja na velocidade que gostaríamos está vendo acontecer os fatos, este julgamento da semana passada para mim é histórico.
 
No exemplo do Maluf, que é do meu partido, se não houvesse a decisão de prendê-lo e passassem alguns meses, não mais prenderiam pelo fator da idade, então pra mostrar que o processo dele estava ativo prenderam o cara. Fez toda as artimanhas com o dinheiro que tem e não conseguiu se livrar da prisão, não conseguiu ficar em prisão domiciliar, ou seja, ir pra casa pra companhia da mulher, filhos e netos, foi negado, segue no presídio da Papuda. E isto serve pra ver que ninguém está acima da Lei, independentemente de ser presidente ou mega empresário, não é porque tem dinheiro. Este é um ponto importante que precisamos passar para as pessoas, que é preciso acreditar no sistema judiciário e que a hora de cada um está chegando.
 
Projeto de Governo
 
O que vejo é que o Estado tem saídas para esta crise sim. Além de fazer a campanha que já estou fazendo, estou me dedicando em estudar melhor as questões do Rio Grande, tenho conversado com gente da Brigada Militar, da Polícia Civil e até mesmo o Exército Brasileiro a questão da segurança que é um problema seríssimo hoje, inclusive tenho pessoas já trabalhando essa questão, para que eu possa apresentar um projeto factível de segurança pública. Da mesma forma a saúde, pois da forma que está hoje os pequenos hospitais do Interior do Rio Grande sem médicos e estrutura, por onde ando tenho ouvido relatos de pessoas que precisam deslocar mais de 200 quilômetros para realizar um parto. Santo Antônio sabe a falta que um pequeno hospital faz, por isso estou atento a questões de saúde também.
 
Na questão educação, é prioridade, estou atento a modelos que o governo do estado do Ceará, no nordeste brasileiro tem implantado e é referência no Brasil, e se fizeram lá será que não podemos fazer aqui, utilizando os professores que temos no Estado? Portanto estamos já trabalhando estas questões.
 
Outro ponto fundamental é o desenvolvimento, geração de empregos, o que temos que fazer pra dar a volta por cima através de projetos que estão travados e que não andam, estou focando e temos inclusive conversado com empresários, temos projetos na cabeça e outras coisas que são frutos do diálogo com a sociedade.
 
O diálogo inclusive está acontecendo para que possamos ver como desenvolver a nossa região missioneira, por exemplo. Essa região tem empobrecimento grande, a agricultura que foi muito forte nos anos 70 e 80 hoje está de arrasto, o trigo por exemplo, o que fazer para recuperar uma atividade que já foi sustentáculo da economia, não só trigo mas o leite o arroz, nós estamos pensando o que fazer para alavancar essas atividades. Tem coisas importantes que podemos fazer e que eu vou ajudar, para isso não é preciso dinheiro mas força de vontade e conhecimento sobre o assunto. 
 
Como mandatário do Estado eu irei levantar as bandeiras de desenvolvimento, pontes, barragens para gerar energia, hidrovias, rodovias, ferrovias que existem e estão inoperantes. Já estou discutindo com empresários produtores e prefeitos para buscar colocar em operação as ferrovias que já temos e estão paradas.
 
Saída do PP do governo do RS
 
Tenho cobrado do presidente Celso Bernardi essa posição de saída do governo Sartori desde o mês de dezembro e estamos nos reunindo com as lideranças do partido nesta semana para tratar desse assunto.
 
Tenho também dialogado com companheiros do partido por todo o Estado e cito os prefeitos Puranci, Eduardo Bonotto e Sidney Brondani, esses prefeitos das Missões encabeçaram um movimento pra colocar o meu nome para o governo do Estado, e estamos trabalhando essa questão da minha candidatura, e nesse caminho acho que devemos sair desse governo, não acho correto que estejamos em um governo tendo uma candidatura própria. Em reuniões ficou definido que 93% dos membros do partido querem candidatura própria, e em cima disso estamos construindo nossa caminhada, estamos trabalhando para o fortalecimento dessa candidatura.

    

Autor: Rogerio de Santis Morais

Fonte: Grupo Fronteira Missões

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