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Rio Grande do Sul é recordista em procurados pela Interpol
04/11/2017 10:15
A lista vermelha tem 20 gaúchos entre os 99 brasileiros foragidos da Justiça
Foto: Em julho, 27 líderes de facções gaúchos foram transferidos para prisões federais, mas um segue foragido: Júnior Perneta (Foto: Rodrigo Ziebell)

Apontado pela Polícia Civil como o principal líder de uma das mais violentas facções criminosas do Rio Grande do Sul, Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta, 37 anos, integrará nos próximos dias a lista de procurados internacionalmente. Ele será o 21º gaúcho nessa condição, ao menos publicamente, porque a polícia internacional (Interpol) mantém também mandados em sigilo. O Rio Grande do Sul é o Estado que mais tem brasileiros incluídos na lista vermelha pública. São 20 entre 99 nomes nacionais.

As últimas informações colhidas pela polícia com relação a Júnior Perneta dão conta de que ele estaria no Paraguai. O criminoso é considerado o último nome forte entre os alvos da Operação Pulso Firme, que transferiu 27 líderes de facções de presídios gaúchos para as prisões federais, ainda solto.

O caso de Júnior Perneta faz parte do cerco das autoridades de segurança às facções criminosas da Região Metropolitana, mas esta não é a regra na lista internacional. Entre os gaúchos, pelo menos 14 casos são de crimes cometidos na região de fronteira com Uruguai e Argentina.
 
— É uma questão cultural, pela facilidade de tráfego de pessoas de um lado a outro na fronteira seca, mas também resultado da estrutura criada nesta região do Estado. As autoridades estaduais e federais estão muito alinhadas, e aí, os processos de inclusão na lista vermelha acabam sendo agilizados — explica o diretor da Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul, delegado Farnei Franco Siqueira.
 
Há sete delegacias da PF na área de fronteira gaúcha. É o Estado com maior volume de estruturas desse tipo entre os que têm área de fronteira. Não é à toa que o Rio Grande do Sul concentre o segundo maior número de pedidos de extradição, quando a Justiça local pede o envio de presos seus no Exterior para o Brasil. Este ano foram sete casos, e outros cinco em vias de acontecer, atrás somente de São Paulo.
 
— Para inclusão e divulgação de um nome na lista vermelha, é preciso seguir principalmente três critérios: o indício de que o suspeito está fora do país, indicando as pistas e o possível paradeiro, a periculosidade do criminoso, do crime por ele cometido, e o interesse público — explica a representante da Interpol em Porto Alegre, a agente da Polícia Federal, Andréia Vaz de Castro.
 
Por isso, a lista não é composta, necessariamente, por criminosos notórios no país. Nela, estão casos como o de Tiago Machado Leite, denunciado por um homicídio em 2005, em Bagé. No processo, é reforçada a possibilidade de que ele estaria trabalhando no Uruguai. Ele ainda não foi localizado.
 
O compromisso do país que prende algum foragido que conste na lista é comunicar ao de origem. E aí há um prazo para que a Justiça solicite ao outro país a abertura do processo de extradição para que o criminoso cumpra a sua pena no Brasil.
 

Fonte: GaúchaZH

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