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Profissionais da imprensa participaram de capacitação no Setembro Amarelo em Santo Antônio das Missões
18/09/2017 17:27
Foto: Palestra foi realizada na sede do NAAB (Foto: Janaína Gamarra/NAAB)
Nesta segunda-feira, dia 18, a equipe do Núcleo do Apoio a Atenção Básica (NAAB) de Santo Antônio das Missões, através da coordenadora psicóloga Rozelane de Santis Morais, realizou uma capacitação por meio de uma palestra, o momento foi programado especialmente para profissionais da imprensa e abordou o tema: “Prevenção ao suicídio: Orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para profissionais da mídia”. A capacitação contou ainda com a presença da vice prefeita Izalda Boccacio.
 
Izalda referiu-se a capacitação como extremamente necessária, como troca de conhecimento sobre um tema tão delicado que é o suicídio, parabenizou a equipe pela iniciativa em realizar ações voltadas à valorização da vida.
 
Rozelane iniciou a conversa desejando boas-vindas aos presentes, disse que o momento era programado desde o ano passado e em seguida destacou a necessidade de falar sobre suicídio e morte, segundo a coordenadora não há como prevenir o suicídio sem tocar no assunto, sem refletir sobre as causas que levam as pessoas a achar que a única opção é tentar dar fim a própria vida, - "sem falar sobre a morte não há como valorizar a vida". Evidenciou ainda, as ações do Setembro Amarelo, afirmando ser um mês de intensificação de ações e campanhas que previnam casos de suicídio, tratou ainda de mitos, conceitos, origem do termo e estatísticas.
 
Durante a conversa a psicóloga ainda questionou os presentes sobre as razões de divulgar suicídios no conteúdo da notícia, se há realmente a necessidade e se a divulgação é importante para a comunidade, convidou para uma reflexão sobre os impactos que a reportagem poderá ter, e a partir destes, questionamentos. Explanou sobre o valor dos profissionais da imprensa com multiplicadores de conhecimento sobre as ações de auxílio e de valorização da vida,  e a necessidade  de que, ao montar uma matéria, seja de rádio ou jornal, o profissional tenha empatia com os envolvidos, “se colocando no lugar do outro”, especialmente, dos que enfrentam o luto e daqueles que estão enfrentando problemas e dessa forma vulneráveis.
 
Alguns detalhes em relação a abordagem, em caso de inevitável veiculação de notícia sobre suicídio foram evidenciados, segundo a psicóloga a equipe de reportagem deve estar consciente de como proceder no momento de divulgar um caso de suicídio. Alguns pontos discutidos foram: evitar o uso da palavra suicídio ou expressões como “epidemia ao suicídio” em chamadas ou manchetes evitando dar destaque a notícia, incluindo não repetir reportagem ou produzir novo materiail sobre o caso já noticiado; não fornecer detalhes, evitar textos que valorizem ou generalizem o ato; se for divulgar estatísticas que sejam de fontes confiáveis, evitar sempre comentários improvisados sem base de conhecimento ou que ressalte uma visão pessoal sobre a pessoa ou sobre o caso e seu contexto; dar ênfase a prevenção e não tratar o suicídio como inexplicável, casos de suicídios tentados ou consumados podem ser evitados, proporcionalmente ao acesso aos órgãos e canais de proteção e valorização à vida.
 
Acima de tudo os profissionais da imprensa devem ter a consciência de seu papel como formadores de opinião e fonte de informação, ao tratar sobre a temática de suicídio ou morte, destacar que situações de desesperança tristeza são passageiras que que possíveis doenças são diagnosticáveis e tratáveis e que acima de tudo a vida é o maior bem que temos seja qual for a circunstância. É importante trabalhar com a divulgação de serviços de saúde, e canais de atendimento como o Centro de Valorização à Vida – CVV 188, canal telefônico que pode ser acessado 24 horas por dia e que dispõe de uma equipe habilitada a ouvir e ajudar.

 

 

Autor: Jéssica Ourique

Fonte: Grupo Fronteira Missões

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