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Falta de chuvas prejudica o desenvolvimento do trigo no RS
25/07/2017 15:48
Estiagem preocupa produtores da Região Missioneira que começam a projetar perdas. Fábio Comparsi da União Comércio de Cereais falou sobre os fatores que preocupam agricultores.
Foto: As projeções não são animadoras, mas o trigo segue sendo a opção para o período de inverno nas lavouras da nossa região, afirma Fábio Comparsi (Foto: Rogerio Morais/GFM)
Após um maio muito chuvoso em toda Região Sul, a segunda quinzena de junho e o mês julho praticamente não registraram chuvas na região, situação que passa cada vez mais a preocupar os produtores que já projetam perdas. A cultura do trigo apresenta baixo desenvolvimento o que deverá atrasar a colheita e impor prejuízos num cultivo que nem de longe tem sido atrativo aos agricultores.
 
A reportagem do Grupo Fronteira Missões entrou em contato com o proprietário da União Comércio de Cereais Fabio Comparsi, ele disse que podemos considerar 2017 um ano atípico pois geralmente é verificada chuvas regulares no período do inverno na nossa região, no entanto, um grande volume foi registrado antes do início do inverno, no mês de maio, inclusive essa condição atrapalhou a colheita da soja safrinha e a própria semeadura do trigo e infelizmente após implantação da principal cultura de inverno não foram mais registradas chuvas na região.
 
As lavouras apresentam baixo desenvolvimento e mesmo que a situação normalizasse algumas perdas já podem ser consideradas como certas, outro fator foram as geadas registradas na última semana, segundo Fábio, o trigo não estava “acostumado” com o frio intenso e a geada queimou as folhas e que acaba atrasando ainda mais o crescimento das plantas. Esse atraso gera uma certa apreensão pois na região a colheita do trigo tem início em meados de outubro e este ano deverá ser realizada em novembro podendo inclusive atrasar a implantação da soja.
 
O empresário e produtor afirmou que de uma forma geral já alguns anos a lavoura de trigo vem dando pouco retorno aos produtores e isso fez diminuir a área plantada em todo o Rio Grande do Sul e também em outros estados produtores. Questões relacionadas ao mercado não tem atraído os agricultores, mas por outro lado, em nossa região, o trigo ainda á a principal opção de cultura de inverno, há um crescimento da área de canola, mas com a geadas é possível que sejam verificados problemas ainda maiores nesta cultura em relação ao trigo.
 

O fato é que não se pode abrir mão do trigo, pois não tem como o produtor se manter somente com a soja é preciso buscar lucro durante a safra de inverno, - “É uma grande luta que trava o produtor, depende das questões do clima e ainda há outros fatores, como política agrícola desfavorável, espera-se este ano que devido à escassez que deverá ser verificada possa ter um incremento de preço”, disse Fábio. Complementou que ainda há a questão “Trigo da Argentina, que por ser um país com regiões produtores de trigo de boa qualidade e com preços atrativos fica difícil competir, os produtores do país vizinho dispõe de uma boa política agrícola e de uma logística que possibilita o transporte em navios desembarcando em Santos-SP e abastecendo a indústria na região central do Brasil. A atual variação cambial também foi citada como fator positivo à importação do trigo da Argentina.

 

 

Autor: Rogerio de Santis Morais

Fonte: Grupo Fronteira Missões/ 89,1 Fm

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