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Apesar de boas safras nos últimos anos, área destinada ao plantio de trigo diminui no Rio Grande do Sul
26/06/2017 08:19
Foto: Agricultores ainda refletem sobre o plantio, devido o clima (Foto: Reprodução | Internet)
Apesar do Rio Grande do Sul ter registrado a melhor colheita de trigo dos últimos anos, a área destinada para o plantio do grão no estado teve redução de 6,5%. Os dados foram divulgados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) no primeiro balanço das safras de inverno.
 
A retração no plantio do trigo surpreendeu. Para o engenheiro agrônomo da Emater Claudio Doro, os números da última safra com 2,3 milhões de toneladas do grão colhidos deveriam ter incentivado o produtor.
 
"Casualmente aconteceu o contrário. Nós estamos vendo o produtor se retrair e plantar menos trigo. O fator básico e fundamental nessa tomada de decisão na redução de área de plantio se deve unicamente à questão de preço", explica o engenheiro.
 
A previsão de preço médio que deve ser pago pela saca de trigo teve queda de 3% em relação ao ano passado. Mesmo com área reduzida, o agricultor Ângelo Beccari não deixa de investir na produção do cereal.
 
"A gente planta e não tem lucro. Então é por isso que a gente está reduzindo a área. Mas não vamos deixar de plantar, vamos plantar um pouco. Mais pela tradição da família, que vem há anos plantando trigo", conta Ângelo.
 
Por outro lado, o estudo da Emater também mostrou aumento na intenção de cultivo de outras culturas como a canola, a cevada e a aveia. Esta última deve ocupar 230 mil hectares, um aumento de 1,32% a mais em relação ao ano passado. A cevada pode ter expansão de 16,56% e a canola, 6,25% a mais que 2016.
 
Mesmo com essa expansão prevista das culturas de inverno, os agricultores estão apreensivos com o clima e ainda decidindo sobre o plantio. A acontecimento de um possível fenômeno é o motivo da preocupação.
 
"Existe uma alerta da possibilidade da ocorrência de um El Niño. A maioria dos produtores que cultivam trigo, cevada, canola e aveias têm uma certa preocupação com o excesso de umidade que ocorre em anos de El Niño", esclarece o agrometeorologista Gilberto Cunha.
 

Fonte: G1

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