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Bugios tem papel fundamental na prevenção da Febre Amarela
23/01/2017 11:06
Por temor e desinformação RS registra casos de violência contra os primatas
Foto: Os macacos cumprem um importante papel: são sentinelas na identificação da circulação do vírus(Foto: Reprodução)

 Com o aumento de casos de Febre Amarela no Brasil, inclusive com registro de mais de duas dezenas de mortes, especialmente no Estado de Minas Gerais, vem crescendo a apreensão em relação a constatações em outros locais, já são oito os estados que comprovaram casos da doença.No Rio Grande do Sul, o último caso foi em 2009.

 
Chamou a atenção nesta semana casos de Bugios que foram encontrados debilitados no município de Gramado, dois primatas apresentavam ferimentos, um deles com cortes típicos de faca, e machucados perto dos olhos e nas mãos e encontra-se em tratamento, o segundo não resistiu a ferimentos causados por tiros de chumbinho.
 
Tudo leva a crer que os bugios encontrados feridos ou mortos pela ação do homem reflete a desinformação em relação as formas de contágio da Febre Amarela, boa parte da população acredita ser o primata o transmissor do vírus,  É possível que o temor do contágio por Febre Amarela tenha motivado estas agressões, no entanto, trata se de crime ambiental , o bugio não é o transmissor, ele é um hospedeiro, sendo dois tipos de mosquitos os vetores da doença, no ciclo silvestre os do gênero Haemagogus e  Sabethes   e no ciclo urbano o conhecido aedes aegypti que também é o transmissor da Dengue, Febre Chikungunya e Zica.
 
A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda. No Brasil tem caráter sazonal, ocorrendo frequentemente entre os meses de dezembro a abril, quando fatores ambientais como maior precipitação e temperatura propiciam o aumento da abundância dos vetores.
 
O chamados primatas não humanos (PNH), entre eles os do gênero Alouatta, conhecidos regionalmente por bugios têm um papel fundamental no controle da FA em humanos, sendo consideradas pelo Ministério da Saúde “sentinelas” em relação à circulação do vírus. A observação de mortes de macacos com suspeita de FA serve como sinalizador para o eventual risco do aparecimento da doença na população humana, possibilitando a adoção de medidas profiláticas como a vacinação.
 
O homem deve ter a consciência de que os primatas devem ser conservados e protegidos, porque a ausência da população de Bugios dificulta a identificação de casos de circulação do vírus da febre Amarela.
 
Vacinação
 
A vacinação da população é a principal medida de combate à doença. O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após 10 anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos 4 anos.

Autor: Rogerio Morais

Fonte: Grupo Fronteira Missões/ 89,1 Fm

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