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O Rio Grande do Sul que precisa ser visto
14/10/2020 08:25
Foto: Reprodução | Coletiva Net

Há pelo menos dois anos guardo folhetos e folders de destinos do Rio Grande do Sul, a maior parte deles entregue na Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) ou na World Travel Market (WTM), evento que ocorre anualmente em São Paulo. A papelada que ocupava minha estante servia para eu sonhar: sempre pensava em ter um tempinho para escapar para algum município gaúcho em meio a minha rotina maluca de viagens a trabalho.

Quando a pandemia chegou, meus planos pelo Brasil e no exterior viraram pó, e encontrei a oportunidade de consolidar uma série de projetos pelo Rio Grande do Sul. Em vez de me descabelar por não estar mais embarcando nos aviões, estou descobrindo os destinos que um dia estavam apenas nos folders e me aprofundando no território onde nasci.

Na última semana, tive uma experiência única e enriquecedora. Passei sete dias na Região das Missões, no noroeste gaúcho. Percorri cerca de 1.500 quilômetros de estradas, visitei 12 municípios e conversei com no mínimo 40 pessoas (todas sempre de máscara!).

O que encontrei é um Rio Grande do Sul que precisa ser visto! Em cada um dos municípios tive contato com empresários entusiasmados, que desejam alavancar a economia por meio do turismo, profissionais que desejam conhecer novas estratégias para atrair turistas e atrações turísticas encantadoras.

Mesmo em uma região tão valorizada pelo agronegócio, onde os campos de trigo e milho formam uma linda paisagem em contraste com a terra vermelha, o turismo pode ser um incremento econômico e beneficiar uma rede completa: desde hotéis até famílias que se empenham em fazer produtos como queijos, bolachas, pães, salames e melado.

Há algum tempo escrevo aqui que, para o turismo voltar, é preciso se comunicar. E a região das Missões deu um passo importante quando contratou uma agência de comunicação especializada em turismo para iniciar uma grande campanha de incentivo. O que se quer é não somente mostrar as belezas históricas das ruínas, mas apresentar aos potenciais visitantes que o destino tem ALMA.

A Região das Missões tem uma mescla riquíssima de culturas, que passam pelo misticismo indígena guarani, à religiosidade católica e às heranças europeias de poloneses e alemães que fundaram alguns pequenos municípios. Nos 12 municípios que visitei encontrei características peculiares que dão vida diferente a cada um dos lugares. 

Divulgar essa riqueza é um grande privilégio - e também uma grande responsabilidade. A região missioneira e as pessoas que vivem lá desejam essa retomada do turismo, querem apresentar o que têm de melhor para os viajantes e estão se preparando para isso. É hora de provar que o turismo no Estado não é feito apenas da serra gaúcha. O Rio Grande do Sul precisa ser visto, entendido e amado!

Autor: Anelise Zanoni

Fonte: Coletiva Net

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