Agronegócio
Valorização do arroz e produção nas Missões foram pauta do Conversa Aberta
20/08/2020 15:43
Foto: Reprodução | Internet

Roger Portela, técnico orizícola do Irga (Instituto Riograndense do Arroz Irga), em entrevista à Rádio 89,1FM falou sobre o aumento do preço da saca de arroz, depois de vários anos de desvalorização do grão.

O técnico destacou que um bom percentual do aumento da saca de arroz é devido ao grande consumo do alimento neste período de isolamento social, porém, este não é o único fator, pois tem questões da exportação e importação, a valorização alta do dólar, bem como, a baixa do estoque causada pela redução de área de cultivo ao longo dos anos e mais acentuada na última safra.

Roger explicou que na sua opinião como técnico, a redução da área de cultivo do arroz e a efetivação do plantio de soja, é positivo pelas contribuições agronômicas e ao não deixar a área de arroz se expandir gera condições de preços melhores, ou seja, menor oferta e maior demanda causa uma valorização para o arroz. Falou que muitos estão arrendando terras e os arrendatários são de fora dos municípios da região, o que também faz aumentar o cultivo de soja em várzeas, e é onde está o ponto negativo, porque os municípios perdem a contribuição fiscal, considerando que estes produtores tem a movimentação econômica onde residem.

Referente ao consumo, disse acreditar que com o isolamento haverá uma mudança de hábito alimentar e poderá o consumo de arroz continuar um pouco mais elevado comparado a antes da pandemia, então, se o Rio Grande do Sul manter 1 milhão de hectares semeadas de arroz, atenderá o consumo do Estado e do País, até porque o RS produz cerca de 70% do grão no Brasil. Para Roger, a dificuldade está em aumentar essa área para, por exemplo, 2 milhões de hectares, e comercializar o produto por um valor adequado e não a R$ 30,00 como foi na safra passada, o que leva o produtor a falir, devido ao custo de produção e o soja tomará o espaço da mesma forma.

O profissional ressaltou que atualmente, o produtor não pode pensar em monocultura de arroz, é preciso ter um ciclo de manejo para o ano todo, outras culturas, plantas de cobertura, pastejo, para manter a saúde financeira e o padrão produtivo.

Sobre a produção de arroz em Santo Antônio das Missões, Roger disse que diminuiu muito a área de cultivo e de produtores do grão, e hoje, tem em torno de 2.800 a 3.000 hectares de cultivo, enquanto, em outras épocas o município tinha até 6.000 hectares.

Roger disse que no momento, os produtores estão realizando o preparo de solo, aplicação de herbicidas e a expectativa de início da semeadura é a partir do dia 10 de setembro, com uma antecipação, devido as previsões de melhores condições nas precipitações de chuvas, com relação a final de setembro e início de outubro.

Autor: Jéssica Ourique

Fonte: Rádio 89,1 FM

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