Rádio Fronteira Missões - 89,1 FM
Fábio Comparsi, proprietário da União Comércio de Cereais e engenheiro agrônomo concedeu entrevista à Rádio Fronteira Missões 89,1 FM e comentou sobre os fatores que levaram ao aumento do preço de soja e as expectativas futuras do mercado.
O profissional comentou que a soja este ano foi precificada em cima de câmbio em função da pandemia e com a valorização do dólar, consequentemente, impacta nos valores dos produtos em exportação e neste ponto entra a China, a grande importadora da soja brasileira, que está com muito apetite de compra para os grãos atualmente.
Com a China precisando do produto, considerando que não produz, e estando no mercado a produção do grão nos Estados Unidos e no Brasil, a lei de oferta e demanda entra em ação e com o bom relacionamento que a China está tendo com o Brasil nos últimos anos faz com que a compra do grão brasileiro seja priorizado. Outro fator que com o aumento do dólar a América do Norte também quiz “ganhar financeiramente” e possivelmente, aumentou os impostos, fazendo os chineses importar ainda mais a soja brasileira.
Fábio explica ainda que na China os negócios perpassam todos pelo governo, e isso faz com que o governo compre os produtos por um valor e comercialize por um mais alto, lucrando e viabilizando o giro financeiro para continuar investindo.
Ele comenta que essa movimentação comercial é positiva para o agronegócio mas esclarece que apesar da valorização do grão, o Brasil poderia estar cobrando valores mais altos, o que não é feito porque não há uma política agrícola que permita essa negociação e viabilize o país se impor como os Estados Unidos fizeram cobrando os valores mais adequados para o mercado.
Fábio ressaltou que o valor de venda da soja é um pouco inferior ao do Estados Unidos e com o valor mais baixo fez com que a exportação aumentasse, ultrapassando 90%, um número recorde, bem como, disse também que em reais, o valor da soja é preço histórico.
Quanto as perspectivas futuras de preço, o empresário disse que a atenção se volta para o câmbio, se caso, se manter, os valores da saca não têm tendência de redução. Falou o que o Brasil, nos últimos anos, se posicionou com o seu grande potencial agrícola pela tecnologia e especialização, e isso ajuda na valorização da produção e competitividade comercial.
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