Estamos em um momento diferente. Entramos em uma etapa a qual estávamos em total despreparo para enfrentar. Não sabemos a resposta para todas as nossas perguntas, gostaríamos que alguém pudesse nos entregar a fórmula mágica do sucesso que ainda ninguém de fato alcançou. E isso nos traz angústia, medo e diversos sentimentos.
Nesse amontoado de incertezas estamos redescobrindo nossa intimidade, percebendo a real ligação com nossa família, a verdadeira tolerância com quem convivemos e entendendo onde está nosso ponto de equilíbrio em meio a situações que surgiram repentinamente e foram impostas a todos nós de maneira imediata.
Desde que iniciamos os primeiros cuidados em relação a pandemia Coronavírus no Brasil não devemos incentivar o “eu”. É necessário, mais do que antes, entendermos que “o nós” é o melhor remédio. O egoísmo não pode ter espaço nesse cenário. Não é um bom negócio pensarmos apenas nas nossas frustrações, nos nossos riscos, necessidades e dores, enquanto todos correm riscos e também sofrem.
“Nenhum homem é uma ilha”, já dizia o religioso e poeta inglês John Donne.
Somos seres humanos que precisamos do outro para fazer sentido. Precisamos usar a conexão que possuímos, da melhor maneira possível, mesmo que tenhamos atualmente que estar isolados, sem contato físico, sem conseguir abraçar, dar um aperto de mão ou visitar quem a gente tanto ama.
É preciso solidariedade, afeto, carinho, aquele “se cuida aí que eu me cuido aqui”, atenção com quem está mais vulnerável que você. Pensar no coletivo também é conseguir se privar do contato físico desnecessário, se preocupar e incentivar pessoas a fazerem o mesmo. Confuso entender isso, não é mesmo?
Mas estamos neste mundo para aprendermos, e neste momento a primeira lição é que não há mais espaço para egoísmo. Precisamos uns dos outros para seguirmos em frente.
Pensarmos que somos pessoas totalmente independentes não é algo que conforta. Precisamos de todos em pé para que tudo funcione. Precisamos da vida de cada um e temos responsabilidades sobre isso.
Usemos desse momento de pandemia como exercício para refletir mais, julgar menos e propagar positividade e apoio ao outro.
“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” John Donne.
Autor: Naryel Barcelos
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