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Marianita Ortaça: A supervalorização na magreza e os transtornos alimentares
01/07/2020 15:38
Foto: (Foto: Arte | Eliara Cruz)

Os transtornos alimentares se caracterizam por uma grave perturbação do comportamento alimentar, levando a prejuízos clínicos e psicológicos.

Muitas meninas costumam sacrificar sua saúde em busca de um sonho: ser modelo! Acontece que a genética em alguns casos, favorece quem busca por isso. Tenho uma amiga que come muito, mas permanece magra, sempre. Mas se você olhar para o pai dela, tudo fica explicado: É a genética. Porém, esse é um caso isolado. A maioria das meninas precisam fazer dietas loucas, emagrecer muito e se manter naquela forma para ter vez no mundo da moda. Só que geralmente essas meninas ingressam muito jovens. Abrem mão do convívio com familiares e amigos e tantas outras coisas importantes. O estado psicológico já fica bastante abalado, soma-se a isso a pressão imposta por outros (profissionais das agencias, sociedade) e, por elas mesmas. Resultado: prato cheio para um transtorno alimentar.

A anorexia nervosa e a bulimia nervosa, atualmente são bastante conhecidas, já que não raras são as reportagens e notícias nas televisões, jornais e revistas a respeito. Elas são caracterizadas por distúrbios graves no comportamento alimentar, associados a uma intensa preocupação com a forma e o peso do corpo.

Em pacientes graves os pensamentos relacionados a alimentação e ao corpo são totalmente alterados, mas para o indivíduo parece absolutamente real e normal.

Coisas do tipo: Contar as calorias de um grão de arroz (anorexia). 

Seus olhos diante do espelho enxergam alguém muito acima do peso, com gordura em excesso (bolas de gordura) e, com o corpo deformado por isso.

Sentir modificações instantâneas no corpo, também é um sintoma vivido intensamente e que causa sofrimento. Se “exagerou” um pouquinho no almoço, o indivíduo com anorexia pode ficar o resto do dia sem ingerir nada, nenhum alimento e nem mesmo água. E o exagero para esta pessoa também é algo distorcido, um prato servido com comida o suficiente parece um “caminhão de alimento”.

Já a pessoa com bulimia ingere muita comida em um curto espaço de tempo e após, vem o sentimento de culpa e de perda de controle sobre a ingestão alimentar. Então,  é usado algum método para se livrar desses alimentos ingeridos (provocar vômito ou tomar laxantes, por exemplo). 

O pavor está em engordar, elas - é uma patologia que afeta mais meninas do que meninos - se enxergam mais gordas do que realmente são (e quando são). Sempre precisam emagrecer. Mesmo quando estão pesando menos de 40 kgs e debilitadas. 

O tratamento dos transtornos alimentares é realizado em equipe multidisciplinar, sendo necessária a associação de psicólogo e outros profissionais, tais como nutricionista, médico clínico e psiquiatra. Também é válido inserir um familiar como auxiliar no tratamento, para cuidar as refeições e encorajar a pessoa a comer.

Os transtornos alimentares podem surgir em qualquer etapa da vida, sendo os dois citados aqui mais prementes na adolescência.

 

Autor: Marianita Ortaça

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