Geral
Rio Grande do Sul já tem quase 100 casos confirmados de coronavírus
24/03/2020 09:11
Foto: A Secretaria Estadual de Saúde passa a investigar laboratorialmente apenas os casos graves que necessitem de internação hospital. Foto: Agência Brasil

O Rio Grande do Sul fechou essa segunda-feira (23) com um total de pelo menos 96 diagnósticos positivos para o coronavírus, sem registros de óbito. Somando-se os dados da SES (Secretaria Estadual da Saúde) e a SMS (Secretaria Municipal da Saúde) de Porto Alegre, foram 14 novos casos em relação ao dia anterior, incluindo oito na Capital, dois em Canoas, um em Bagé, outro em Cruzeiro do Sul e mais um em Capão da Canoa, que aparece pela primeira vez na estatística.

No que se refere a Porto Alegre, a nova lista traz quatro homens e quatro mulheres. O paciente mais jovem é uma adolescente de 16 anos e o mais velho é um idoso de 72 anos – esse segmento etário é considerado um dos mais vulneráveis à doença. Já os demais têm 38, 42, 43, 58, 59 e 66 anos. Não foram informados detalhes sobre o quadro de saúde dos indivíduos ou sobre a forma de contágio.

Discrepância de dados

De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, a discrepância de números em relação ao governo do Estado ocorre por que a capital gaúcha possui laboratórios privados e federais credenciados pelo Ministério da Saúde, ao passo que a SES divulga dados analisados pelo Laboratório Central. “Os dados destes locais demoram a ser registrados no sistema estadual”, explicou a administração municipal em postagem no Twitter no último domingo.

A partir desta segunda-feira, a Secretaria Estadual de Saúde passará a investigar laboratorialmente apenas os casos graves que necessitem de internação hospital. A medida ocorreu após o Estado registrar a transmissão comunitária do vírus.

Aos casos leves, sem necessidade de internação, chamados de síndromes gripais, a recomendação é o isolamento domiciliar do suspeito e das pessoas que residem na mesma casa por 14 dias.

Circulação

Para tentar conter essa estatística, uma das medidas adotadas pelas autoridades é restringir (ou pelo menos conscientizar) a população para o risco de contágio por meio da circulação de pessoas em ambientes sociais. Sem vacina ou remédio para controlar a infecção, a OMS (Organização Mundial da Saúde) defende a intensificação de hábitos de higiene e o isolamento social para desacelerar o avanço dos casos, evitando a perda de vidas e o colapso dos sistemas de saúde.

Idosos e pessoas com doenças crônicas integram os grupos mais vulneráveis ao coronavírus. Porto Alegre é a capital brasileira com o maior percentual de pessoas com esse perfil: 15,04% da população, ou 211 mil pessoas, têm idade igual ou superior a 60 anos, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A cidade também reúne, conforme o Ministério da Saúde, o maior índice de fumantes do país (14,4%), e ocupa, entre as capitais, a quarta posição no que se refere ao excesso de peso na população adulta (59,4%). Não por acaso, 25,6% da população é hipertensa e 8% tem diagnóstico de diabetes.

Especialistas alertam que tanto o tabagismo quanto o excesso de peso são fatores de risco associados ao diabetes, à hipertensão e às doenças cardiovasculares e respiratórias. Somadas às neoplasias (tumores), estas doenças foram responsáveis por 39,9% dos óbitos ocorridos na capital gaúcha em 2019, ou 7.133 mortes, segundo a Coordenação das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis da SMS (Secretaria Municipal da Saúde).
 

Fonte: O Sul

Mais notícias - Geral