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Presidente do Legislativo de Garruchos objetiva trabalhar na gestão e com economia de recursos
18/01/2020 09:10
Foto: Vereador Luciano Scarton (Foto: Jéssica Ourique)

O Grupo Fronteira Missões realizou entrevistas com os novos presidentes das Câmaras de Vereadores de Santo Antônio das Missões, Garruchos e Itacurubi com o objetivo de pautar a função de um vereador, fazer uma retrospectiva das ações
realizadas pelo Legislativo durante o ano de 2019, destacar algumas demandas do município e as perspectivas de projetos e ações dos novos presidentes para o ano de 2020.

As entrevistas foram realizadas no programa Conversa Aberta da Rádio Fronteira Missões, sendo que no dia 9, participou o presidente da Câmara de Vereadores de Garruchos, Luciano Scarton.

Vereador Luciano Scarton disse que foi uma surpresa ele assumir a presidência por ser o legislador com menos votos para concorrer a vaga, mas devido alguns empecilhos e imprevistos montou uma chapa na hora da eleição e foi eleito, assim como comentou que, o fato de ser o vereador que mais cobra no Legislativo de Garruchos, é porque se posiciona de forma firme e sem papas na língua, mesmo com companheiros de partido.

Luciano também respondeu o mesmo questionamento feito aos outros dois vereadores, de qual era o papel e a importância de um vereador na comunidade, enfatizando que a Câmara é o órgão mais importante do município, porque é papel do vereador fiscalizar as obras do município, fiscalizar recursos, ajudar o prefeito, organizar o orçamento, os serviços e as ações, e por isso, é importante o vereador ser capacitado na função a qual assumiu.

Ao fazer uma avaliação do seu trabalho enquanto vereador em 2019, disse que de forma geral, alguns dos seus eleitores se decepcionaram com ele, pois tinham uma visão errada do papel do vereador, mas também teve pessoas que não votaram nele, e hoje depositam confiança em seu trabalho como vereador e até no voto, seja como pré-candidato à reeleição para vereador ou a prefeito de Garruchos, mesmo que seu trabalho não tenha sido de expressão em obras, mas sim de resposta em gestão pública, um cuidado maior com a aplicação do dinheiro público, com o funcionalismo que muitas vezes está no comodismo, em acúmulo de função, e aos usuários ao serviço público.

Disse que o maior problema nos municípios hoje não é falta de recurso, e sim, má gestão, por isso é importantíssimo o vereador fazer o dever de casa, conhecer o que acontece no seu município, fiscalizar, impedir o desvio de dinheiro público “legalizado”, isso diminui o prejuízo para a comunidade.

Para 2020, destacou que o funcionamento da Câmara de Vereadores será em dois turnos, e até já perguntaram se isso não aumentaria custo em gasto de energia. Scarton concorda, no entanto, vai diminuir custos em outras questões, como por exemplo, as diárias, então estará cortando diárias desnecessárias.

Deseja que os demais vereadores ajudem a cuidar e fiscalizar os recursos de Garruchos, pois estudando o orçamento, vai ultrapassar 4 milhões de reais para ser investido em 2020 e deste valor, já está comprometido 2,5 milhões de reais para pagamento de folha de pagamento, e o restante vai para pagar hospital, médico, manutenção de veículos. O orçamento está para ser votado, mas irá estudar muito bem o orçamento para ver se realmente é em benefício da comunidade. Disse que é preciso trabalhar na Câmara com duas frentes, uma olhando para o ontem, hoje e amanhã, ou seja, a curto prazo e outra frente, a longo prazo.

Sobre a questão do município pedir termo de cooperação com o Daer para auxiliar na manutenção da ers-176, enfatizou ser contrário, porque os maquinários fazem 3 km por dia, isso dá 15 km por semana, e no mês, pouco mais de 45 km, são pouco mais de 500 km no ano que é feito de manutenção nas estradas do município, isso, em sua opinião, significa que não está se fazendo o dever de casa e ainda se quer fazer serviço que é de responsabilidade de outro órgão. Comentou que se a ideia é cooperação e benefício para a comunidade, é melhor se unir ao prefeito de Santo Antônio das Missões, ir até o Governo do Estado e pedir que destine os recursos que são repassados para o Daer hoje, para ambos os municípios, e que cada um assuma a responsabilidade de fazer a sua parte da estrada.

Frente às dificuldades telefônicas do município, destacou que deverá levar a temática para discutir este e outros temas junto à Associação de Legisladores das Missões (ALM). Luciano ainda falou da necessidade de rever as questões de atendimento de emergência de saúde, porque há gastos desnecessários, um exemplo, é que quando uma pessoa fica doente a 40 km da cidade, o veículo vai lá buscar o paciente, leva para Garruchos, o médico vê a pessoa e manda para o Hospital em São Borja ou São Luiz Gonzaga, e então questionou se não seria melhor para o paciente e geraria economia para o município, se o levassem em emergência diretamente para o hospital. No entanto, enfatizou que o que é feito pode ser com o objetivo de melhor atender a comunidade, mas entende que, talvez, algumas coisas precisam de um melhor direcionamento.

Ainda para 2020, disse que tem o objetivo de realizar uma reforma administrativa, e ao comentar sobre isso, foi questionado se queria tirar direitos do funcionalismo, afirmou que o intuito é tirar privilégios, a exemplo, a licença prêmio, pensando que o concursado que adquiriu estabilidade teve que passar por um estágio probatório em que um dos quesitos avaliados é a assiduidade, aí vem a licença prêmio que é um prêmio para que o servidor não falte ao serviço, na sua opinião, isso é contradição. Citou a capacitação, onde o profissional vai se formar, se especializar, fazer mestrado, doutorado, gastando recurso próprio, e depois chega no município e lhe oferecem 1% só, dizendo que algumas coisas precisam ser revistas, porque se o objetivo é dar um auxílio para o profissional se capacitar, coloca uma porcentagem no salário para que ele use no seu aperfeiçoamento ou pague a capacitação.

Luciano disse que uma gestão pública de qualidade é produzida a cada ano, mais serviço de qualidade, com menos recurso.

Sobre o relacionamento com os vereadores e Poder Executivo, disse que continuará trabalhando como sempre fez, pensando na comunidade, bem como vai ser companheiro, vai ajudar no que for possível, mas não irá ser favorável à politicagem.

 

Autor: Jéssica Ourique

Fonte: Grupo Fronteira Missões

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