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Veterinário alerta para a raiva, como combater e principais sintomas de contaminação dos animais
23/06/2021 15:23
Foto: Reprodução

Concedeu entrevista à Rádio Fronteira Missões, o médico veterinário João Malheiros, responsável pela Inspetoria Veterinária de Santo Antônio das Missões, alertando para possíveis focos da “raiva herbívora”, que tem aparecido em municípios vizinhos, e segundo ele, pode existir um foco em Santo Antônio também.

João explicou que as contaminações ocorrem através da mordida de um morcego da espécie silvestre, que se alimenta de sangue e que vive perto de água como rios e barragens, também em túneis, buracos em árvores e no chão, locais escuros e silenciosos e tem hábitos noturnos.

Relatou que existem três tipos de refúgio que são os focos do morcego, o primário, onde vivem as fêmeas e ocorre a reprodução, o secundário, onde ficam os machos, e os refúgios digestórios, onde eles param por algumas horas para realizar a digestão antes de retornar ao refúgio primário ou secundário.

O veterinário indicou que os predadores têm preferência por animais maiores como os bovinos e equinos, mas que isso não impede que ovinos, suínos e caprinos sejam atacados também. Chamou a atenção para um costume do morcego, que tende a atacar sempre os mesmos animais e inclusive, tem o hábito de não abrir novas feridas, se alimentando sempre no mesmo lugar e que por vezes, o animal nem percebe o parasita, pois a saliva tem enzimas anestésicas.

João explicou que a raiva é uma doença antiga, comum, transmitida a partir da mordida do animal infectado, que é semelhante ao que ocorre com o mosquito da dengue, por exemplo, por vezes o morcego porta o vírus, mas está incubado, pode morder e não transmitir, mas se o vírus estiver ativo no organismo do morcego, leva a morte dele e do animal que foi mordido.

Os sintomas podem aparecer dentro de 30 à 40 dias, quando o vírus ataca o sistema nervoso do animal, e não tem cura, leva o animal contaminado ao óbito em até 10 dias desde a apresentação dos primeiros sintomas, e os mais comuns são: o auto isolamento do animal contaminado, ele fica mais assustado; Perda da coordenação motora, tendo dificuldade para caminhar, até que ocorra a paralisia dos membros quando ele não consegue mais levantar. A baba também é um sintoma visível e o mais comum de que o animal está contaminado.

João falou que os produtores podem ajudar a controlar os focos, localizando refúgios de morcego, que são fáceis de encontrar já que o odor é muito forte no ambiente, e então, informar ao órgão responsável, como a Inspetoria Veterinária, que este, irá realizar o controle. Também é indicado que o produtor vacine o gado com os imunizantes disponíveis para este fim, sendo que existem algumas vacinas que devem ser reaplicadas a cada 21 dias e outras que são anuais.

Autor: Lucia Lopes

Fonte: Rádio Fronteira Missões

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