Rádio Fronteira Missões - 89,1 FM

Geral
Sexta-feira 13 é dia de azar? Conheça a origem da crença, os mitos e as superstições envolvendo a data
13/09/2024 10:06
Não há consenso sobre a procedência do significado, mas diversas versões tentam explicar a causa

Várias teorias cercam a sexta-feira 13, considerada o "dia do azar" no Brasil e em outras partes do mundo. Além deste 13 de outubro, a combinação se repetiu em janeiro neste ano. Não há consenso sobre a origem do seu significado, mas diversas versões tentam explicar o motivo do "mau agouro" nesta data específica, muito explorada em filmes de terror.

— A sexta-feira vem de Vênus, que é a deusa feminina que está ligada ao amor, ao prazer, ao erotismo e à beleza. A sexta-feira também está ligada à luxúria e ao dia das bruxas. Já o número 13 está ligado à má sorte — afirma Oscar D'Ambrosio, pós-doutor e doutor em Educação, Arte e História da Cultura.

Segundo D'Ambrosio, na Bíblia Sagrada, por exemplo, o fim do mundo começa no 13º capítulo do Apocalipse. No Cristianismo, a Santa Ceia contou com a presença de 13 pessoas: os 12 apóstolos e Jesus Cristo. E a sexta-feira também foi o dia da crucificação de Jesus Cristo.

Também existe uma versão ligada aos nórdicos e a Loki, o deus das quizumbas e sacanagens. Ele foi o 13º convidado a chegar em um jantar com outros deuses e fez uma algazarra — até cuspiu na cara dos outros presentes.

— Temos ainda a reflexão no Tarô, por exemplo, o Arcano 13 tem uma imagem de uma lâmina que está ligada à morte, entendendo como uma transformação. Mas, de qualquer maneira, a associação se dá entre o 13 que daria azar, estando ligado à morte, e a sexta-feira, que é o dia da luxúria — acrescenta o especialista em História da Cultura.

Outra teoria diz que o "preconceito" contra o 13 se deve ao fato de ele suceder ao número considerado "perfeito".

— Temos os 12 signos do Zodíaco. E o décimo terceiro entra em um 

mundo misterioso, como se arruinasse a perfeição do número 12 — diz D'Ambrósio.

Superstições e fobias

Segundo as superstições mais conhecidas, as pessoas não devem passar embaixo de escada, quebrar espelho ou mesmo abrir um guarda-chuva dentro de casa sob o risco de ter ainda mais má sorte.

Outras crendices como não cruzar com um gato preto, no entanto, impactam em riscos aos felinos, especialmente neste dia.

O medo específico da sexta-feira 13 pode ainda desenvolver fobias chamadas de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia. Já o pavor do número 13 é conhecido como triscaidecafobia. Tanto as fobias relacionadas ao dia quanto ao número 13 fazem parte de quadros de transtornos de ansiedade.

— Chamamos de fobia, quando a ansiedade é muito acima do 

proporcional para determinada situação. Ou seja, a pessoa entende aquilo como uma ameaça, sendo considerado um medo irracional. Essas situações são somente mais alguns exemplos de quadro de fobias de medo irracional — afirma Nina Ferreira, médica psiquiátrica, especialista em Terapia do Esquema, Neurociências e Neuropsicologia.

Geralmente, as fobias com foco na data ou no número 13 acontecem com indivíduos com predisposição genética, que têm mais tendência para serem mais ansiosos. Segundo a psiquiatra, também há experiências prévias que envolvem isso:

— A pessoa ouviu falar que algo traz má sorte ou passou por experiências negativas em uma sexta-feira 13 e correlaciona isso com o risco de acontecer novamente.

Em momentos de crise, o indivíduo pode apresentar sintomas de ansiedade intensa, acreditar que uma catástrofe pode acontecer neste dia. Dor no peito, falta de ar, sudorese e também a reação de paralisação são sintomas que podem estar presentes.

Com relação ao tratamento, é indicado que o paciente procure ajuda médica para lidar com as fobias, quando elas impactam no seu cotidiano.

— Geralmente, são indicadas as psicoterapias, em especial, a terapia cognitiva comportamental para tratar fobias em geral que causam sofrimento ao paciente. Somente se a fobia da sexta-feira 13 ou do número 13 for muito intensa e atrapalhar a qualidade de vida, a pessoa deve realizar tratamento — afirma Nina.

 

Fonte: Zero Hora

Mais notícias - Geral