Saúde
Pediatra Eduardo Sezefredo fala sobre a possibilidade um hospital de pequeno porte para o município
05/03/2021 16:10
Foto: Rádio Fronteira Missões

Participou do programa Conversa Aberta na edição desta sexta-feira (5), o pediatra Eduardo Sezefredo Jaques, médico especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e atende no município de Santo Antônio das Missões junto ao Prontoped, falando sobre os picos de Covid-19, a imunidade infantil e o projeto de um hospital de pequeno porte para a cidade.

Sobre os casos de Covid-19, Eduardo, que atendeu no ambulatório de triagem, iniciou dizendo que se identificava com a frustração das pessoas, que havia a expectativa de que em outubro e novembro já estaria diminuindo os casos, tendo um controle, esperança com a vacina também, mas que o que se vê é o contrário, as expectativas não se confirmaram no sentido positivo, estamos vendo um aumento expressivo de casos e aumento da transmissão, algo que é notável ao acompanhar o ambulatório Covid, decorrências do relaxamento das medidas de proteção, como o uso de máscara e o descaso com higiene. O médico fez o comparativo de que em 2020, de 1º de abril ao dia 30 de setembro se tinham 42 casos, e nos próximos meses começou a subir, aparecendo muitos pacientes assintomáticos, com sintomas leves e outros com sintomas graves e chamou atenção para as idades, já que agora cada vez mais crianças e jovens estão se contaminando e precisando de internação, até mesmo perdendo a vida e reforçou que só se sai dessa situação com a manutenção dos cuidados. Alertando que mesmo entre familiares e pessoas conhecidas a máscara deve ser mantida, pedindo cuidado com as aglomerações, que acabam levando o vírus para casa e para os ambientes que a pessoa frequenta.

O médico falou ainda, que a sua opinião pessoal é de que o comercio não deve ser fechado, se seguir as normas e a higiene, e também com a colaboração do público, que deve saber o que vai comprar ao sair de casa, não deve ir “fazer hora” nos estabelecimentos, e dentro das famílias, apenas uma pessoa ir as compras, evitando o tempo de exposição e também o fluxo de pessoas, consequentemente, do vírus.

Enquanto pediatra, Eduardo alertou que, aquele mito de que os pequenos não se contaminavam, já caiu por terra, e hoje em dia está sendo visível a contaminação das crianças de diferentes idades pelo coronavírus, mas que felizmente, na maioria das vezes o sistema imunológico deles responde muito rapidamente e trabalha com eficácia contra os vírus e bactérias que causam as doenças. Mas não se deve deixar de cuidar e prevenir, pois cada pessoa reage de forma diferente ao vírus.

Sobre o projeto de implantar o hospital de pequeno porte no município, Eduardo disse que já está mais próximo do que já esteve, que este projeto já está sendo estudado e já está liberado desde 2008, mas que ele não saiu ainda do papel pois não houve interesse e apoio concreto da Administração para que ele fosse implementado, e aqui na região e principalmente na cidade a construção de um hospital particular é inviável, o SUS(Sistema Único de Saúde) tem mais demanda. Disse ainda, que no município tem muitos profissionais que são qualificados para trabalhar no serviço hospitalar, que o maior entrave é realmente a falta de apoio do poder público.

Ele explicou que em um hospital de pequeno porte podem ser instalados até 25 leitos de internação, a conta se faz por números de habitantes, um leito a cada mil habitantes, em Santo Antônio poderiam haver de 12 a 15 leitos, além dos leitos de observação, que já funcionam no PA. Que a implantação desse projeto poderia tratar na cidade casos que vão para São Luiz Gonzaga, São Borja e região, acarretando vagas nesses outros hospitais, facilitando também aos acompanhantes que não sairiam da cidade, reduzindo as despesas com alimentação e hospedagem como ocorrem muitas vezes.

Falou também que os três pontos para que o projeto possa acontecer são a área física, que existe, material humano, existe também e as verbas, que o município também recebe, através das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), que é através deste documento que se viabiliza o faturamento dos serviços hospitalares prestados no SUS, Eduardo falou que o município possui pelo menos 60 AIH’s, onde o município manda algumas delas para outras cidades, pois são casos de especialistas, mas as outras poderiam ficar no município, ajudando nos custos do hospital legal, e além disso tem também a verba do pronto atendimento, onde uma boa parte vai para São Luiz, e poderia ficar aqui.  Concluindo que o que falta é a união de forças em prol da saúde pública no município.

Autor: Lucia Lopes

Fonte: Rádio Fronteira Missões

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