Polí­tica
"Não deveria estar aqui, deveria estar morto", afirma Donald Trump em primeira entrevista após atentado
15/07/2024 09:56
Fala do presidente ocorreu no domingo quando chegava a Milwaukee para a Convenção Nacional Republicana, marcada para iniciar nesta segunda-feira (15). O evento, que termina na quinta-feira, deve oficializar o ex-presidente como candidato nas eleições

Donald Trump volta ao cenário político nesta segunda-feira (15), como a estrela da Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, onde deve ser anunciado oficialmente como candidato do partido para a eleição presidencial de novembro.

No último sábado (15), Trump sofreu um atentado enquanto participava de um comício, em Butler, Pensilvânia, onde foi atingido na orelha direita. Duas pessoas morreram, incluindo o atirador, e outras duas ficaram feridas.

Durante a convenção, que vai até quinta-feira (18), 50 mil apoiadores republicanos devem acompanhar a reunião de quatro dias, que ocorre às margens do Lago Michigan.

Ao chegar em Milwaukee, no Wisconsin, no domingo (14), o ex-presidente afirmou que nenhum atirador mudaria sua agenda.

— Eu não deveria estar aqui, deveria estar morto — declarou Trump no domingo ao jornal The New York Post, que informou que o ex-presidente estava usando uma bandagem branca na orelha ferida.

O discurso de Trump pós atentado é bastante aguardado pelos seus apoiadores. A expectativa por parte da impressa, é que haja uma "linguagem suavizada", depois de quase ser morto.

Vários apoiadores do ex-presidente em Milwaukee expressaram o desejo de unidade e de fim da troca de insultos entre republicanos e democratas.

Os republicanos atribuem o ataque a uma retórica anti-Trump "exagerada", enquanto aumentam os receios de intensificação da violência política em um país que é considerado por muitas nações como uma democracia exemplar.

O ex-presidente de 78 anos é a esperança republicana para derrotar o presidente democrata, Joe Biden, e retornar à Casa Branca.

O republicano é líder nas pesquisas, apesar de seus problemas jurídicos e de uma condenação. Por outro lado,  o atual presidente, Joe Biden, de 81 anos, recebe apelos de integrantes do próprio partido para abandonar a disputa eleitoral, devido a um declínio em suas capacidades cognitivas.

Elogio ao serviço secreto

Trump disse que se salvou por virar um pouco à direita para ler um gráfico sobre migração, razão pela qual o tiro o atingiu na orelha.

Na oportunidade, Trump aproveitou para parabenizar o trabalho do serviço secreto, responsável pela segurança presidencial, e o atirador de elite que eliminou o atirador com um tiro "entre os olhos".

O presidente Biden declarou no domingo que "não há espaço para este tipo de violência nos Estados Unidos" e pediu "união" ao país.

Reforço na segurança

Para a próxima convenção, as áreas que serão utilizadas serão protegidas pela polícia e pelo serviço secreto, com grandes barreiras metálicas nas ruas para restringir o trânsito.

— Estamos totalmente preparados e temos um plano de segurança integral. Estamos prontos para começar — disse Audrey Gibson-Cicchino, agente especial assistente do Serviço Secreto.

Campanha política

Grande parte da convenção foi concebida à imagem de Trump, com seu slogan de campanha "Make America Great Again" e imagens do candidato, em uma demonstração de que ele está no controle.

O empresário designou pessoas de sua confiança para comandar o partido, incluindo sua nora Lara Trump como co-presidente do Comitê Nacional Republicano, afastando os dissidentes.

Depois da derrota para Biden nas eleições de 2020, Trump passou os últimos anos trabalhando para voltar ao poder, esmagando os rivais dentro do partido ou reunindo ex-adversários ao seu lado.

A ex-primeira-dama Melania Trump também estará na convenção, mas não há previsão de um discurso.

Os grandes temas da reunião incluem o poder aquisitivo, a imigração, a criminalidade e a segurança do país.

Indicação para vice-presidente

Ainda nesta segunda-feira, Trump pode anunciar o nome de seu candidato a vice-presidente, uma decisão que terá uma grande influência no restante da campanha.

Os favoritos na disputa para ser o companheiro de chapa de Trump devem discursar na convenção.

O ex-presidente parece inclinado por uma decisão entre dois senadores, J.D. Vance, de Ohio, o aparente favorito, e o cubano-americano Marco Rubio, da Flórida.

Outro nome na disputa é o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que inicialmente concorreu contra Trump pela indicação presidencial, antes se alinhar ao empresário.

Independente de sua decisão, o senador democrata Michael Bennet admitiu na semana passada à imprensa que "Trump está no caminho para vencer as eleições, talvez por maioria esmagadora, e levar o Senado e a Câmara de Representantes".

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